Como falar sobre “O grande jogo do caminhar" em uma cidade escorada historicamente pelo automatismo? As motos aparecem como uma extensão do próprio corpo automatizado, facilitando a mobilidade em meio à densa ocupação dos morros. Os caminhos que formaram a cidade de Diadema, retornam ao trabalho no momento em que “conhecemos" a cidade pelos percursos dos motovlogs, que descortinam para nós além de sua morfologia, suas dinâmicas.

A moto ocupa espaço na cidade, é ferramenta de se fazer presente nela e simultaneamente a produz. Ocupa papéis diversos dentro da vida e mantém relação com as esferas pública e privada. As melodias fazem parte da paisagem sonora, os bailes transformam as ruas, os comboios mobilizam o trânsito. A topografia acidentada facilita as manobras, a escala da moto permite o acesso nas vielas estreitas e a velocidade revela o desinteresse na cidade, no caminhar.